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A Centralização na Gestão Limita a Inovação das Empresas

Para um crescimento sustentável, as empresas precisam de constante adaptação e inovação. Contudo, a centralização na gestão é um desafio persistente que pode comprometer seriamente esse objetivo. A busca por profissionais mais especializados para cargos estratégicos, como sugerido pelas discussões em torno da obra de Vicente Falconi, é crucial, pois a mentalidade de “fazer mais do mesmo” impede o progresso e a evolução do negócio. Este é o primeiro passo para desbloquear o verdadeiro potencial de uma organização.

O ciclo vicioso da centralização

É comum observar que, em muitas organizações, as promoções internas ocorrem sem o devido aprimoramento contínuo dos colaboradores, criando um gargalo na inovação. Além disso, a centralização na gestão, especialmente quando focada exclusivamente no dono ou em um pequeno grupo, pode se tornar um verdadeiro obstáculo. É inviável que uma única pessoa domine todas as áreas complexas de um negócio moderno. Essa concentração de poder limita drasticamente a criatividade, a capacidade de adaptação e a competitividade, resultando na perda de mercado para empresas com gestões mais abertas e descentralizadas. A dificuldade em confiar em novos talentos e em delegar responsabilidades impede a “oxigenação” da empresa com ideias e experiências inovadoras.

A essência da gestão de talentos e a necessidade de especialização

A gestão de talentos é, sem dúvida, o ativo corporativo mais valioso para a maioria das empresas. A negligência nessa área, afeta diretamente a produtividade e a qualidade das funções exercidas. Para romper com a estagnação e o “fazer mais do mesmo”, é imperativo buscar profissionais mais especializados para cargos estratégicos. A reflexão sobre o propósito individual, como inspira Mario Sergio Cortella, estimula o aprimoramento contínuo e a busca por um impacto maior por parte de cada profissional.

Um processo estruturado de Recrutamento e Seleção é fundamental não apenas para renovar a cultura e a estratégia da empresa, mas para garantir que as “pessoas certas [estejam] no lugar certo”. Este processo deve definir as competências necessárias para cada cargo, alinhadas às estratégias corporativas, e considerar tanto o recrutamento interno quanto o externo. O recrutamento externo, em particular, é crucial para “oxigenar a empresa, trazendo pessoas que possam contribuir com ideias novas e experiências”. As competências avaliadas incluem tanto as técnicas quanto as comportamentais, garantindo uma escolha mais assertiva.

Desafios da transformação digital em um cenário centralizado

A centralização na gestão é um inimigo silencioso e um obstáculo significativo para a transformação digital. O mercado digital exige estratégias adaptativas que respondam rapidamente tanto às inovações tecnológicas quanto às mudanças no comportamento dos consumidores. No entanto, a falta de conhecimento e o “medo de investir em algo que não gere retorno imediato” frequentemente paralisam muitas empresas. Esse receio impede que se engajem no “terreno de construção contínua, aprendizado progressivo e retorno acumulado” que o ambiente digital realmente representa.

Dados recentes mostram a urgência dessa adaptação: a conversão de leads digitais no Brasil caiu para 2,98% em 2025, um indicativo claro de que a falta de especialização e estratégias desatualizadas impactam negativamente os resultados. A baixa adoção de Inteligência Artificial (IA) no varejo brasileiro, onde apenas 18% das empresas a utilizam, apesar de 91% a conhecerem, é um exemplo dessa resistência à inovação. Problemas como sistemas desatualizados e fragmentação de dados são entraves comuns para essa adoção, que é vital para personalização da experiência do cliente e otimização logística.

Além disso, a forma como os consumidores pesquisam está mudando com tecnologias como Google SGE, Bing Chat e ChatGPT. As empresas precisam de uma “virada de chave” para se prepararem para o AEO (Answer Engine Optimization), focando em autoridade, confiabilidade e conteúdo detalhado.

Cultivando um ambiente propício à inovação e colaboração

Para que a inovação prospere e a centralização na gestão seja superada, a transição para gestões mais abertas e colaborativas é essencial. Um ambiente de trabalho positivo, com uma cultura organizacional clara que promova a comunicação e a colaboração, é um pilar para a retenção de talentos e o sucesso geral da empresa. A colaboração não só é valorizada pela maioria dos profissionais, mas também reduz a ansiedade, amplia a motivação e aumenta as chances de novas soluções surgirem. Essa abertura permite que a empresa aproveite a diversidade de conhecimentos e perspectivas, em vez de depender de um único ponto de vista.

Aspectos como a escuta ativa e uma cultura de feedback construtivo são fundamentais para o desenvolvimento profissional e para a construção de um ambiente de transparência e segurança. Oferecer benefícios e recompensas competitivos, alinhados às necessidades dos colaboradores, e atrelar os resultados a um plano de carreira claro e transparente, também são estratégias eficazes para valorizar e reter os melhores talentos.

O caminho para superar a centralização

Superar a centralização na gestão requer uma abordagem proativa e estratégica. É fundamental que as decisões de negócios sejam baseadas em dados sólidos e no contexto de mercado, evitando prejuízos financeiros e reputacionais. A adaptabilidade é vital para o sucesso da empresa em um mercado digital onde as tendências e preferências dos consumidores evoluem rapidamente. Ao adotar uma gestão mais distribuída e focada na expertise, as empresas não apenas evitam a estagnação, mas também criam um motor robusto para a inovação contínua.